quinta-feira, agosto 24, 2006

Outros Mercados (Urânio)


O preço do urânio, na sua forma U3O8 que é a utilizada nas centrais nucleares, subiu de uma forma agressiva desde 2000, passando de 7 para 48 $/lb. Se disser que já no final da década de setenta a cotação tinha ultrapassado os 40, pode dizer-se que a história se repete. A sua procura industrial está sustentada e a subida pode ter uma dimensão maior. Rapidamente vejo três razões para isso:

1. Depois de uma paragem de duas décadas, existem 27 centrais nucleares em construção e muitas outras em estudo, a juntar às 442 actualmente em laboração;


2. A oferta de urânio passará a ser exclusivamente proveniente das minas, atendendo a que stocks antigos e o reprocessamento e conversão de matéria secundária (combustíveis exaustos e armas nucleares) estão a caminho do esgotamento.

3. Os preços caíram durante muitos anos e, considerando a inflação, a cotação do urânio ainda está a preços muito inferiores ao dos anos 70.

Nos últimos 18 meses, mais de 200 empresas mineiras de urânio foram admitidas á cotação em várias bolsas do mundo. A canadiana Cameco (NYSE: CCJ) continua a ser, de longe, a maior produtora mundial, tendo apresentado um lucro líquido de 193 milhões de $Cdn no 1º semestre de 2006.

Independentemente de opiniões pessoais, há uma razão para se ter voltado a falar nas centrais nucleares (e, por isso, no urânio): com o aumento sustentado dos preços do petróleo só agora é que estas unidades poderão ser rentáveis sem o maioritário apoio dos Estados.

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