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domingo, setembro 20, 2009

Como vai a crise

Os mercados têm sempre razão e normalmente espelham as perspectivas sobre a economia com uma antecedência de 6 a 9 meses.

No entanto, esses mesmos mercados podem mudar de opinião rapidamente. Com efeito, é isso mesmo que acontece na vida real com os ciclos de alta e de baixa, as correcções, inversões, etc.

Deste modo, é de grande importância termos uma opinião própria sobre a economia real, percebendo assim melhor o possível andamento futuro dos mercados de capitais.

É para nos ajudar nessa tarefa que vou transcrevendo as opiniões de grandes especialistas a nível mundial:

Paul Krugman (15/09/1009) - "Mesmo que o PIB comece agora a aumentar, nada evidencia que o gap causado pela recessão (cerca de 8% do PIB dos EUA) não continue a aumentar, o que é uma tragédia continuada (que só deixará de acontecer quando a taxa de crescimento futuro for maior do que a anterior à crise).

E isto se acreditarmos que não iremos derrapar de novo, para uma situção conhecida como recessão em W (double dip recession)
".

Paul Krugman dizia isto num contexto em que defendia para o futuro próximo a concretização de novo pacote de estímulos à economia americana, medida que como se sabe tem sido objecto de grande controvérsia.

domingo, agosto 09, 2009

Novamente o Cobre!

Chart courtesy of http://stockcharts.com
click chart to enlarge

Analisemos uma situação interessante. Na minha opinião, o Cobre funciona como uma espécie de indicador avançado do comportamento futuro dos mercados e da economia em geral. É assim muito relevante o facto de o início da extrema correcção que sofreu, desde o seu máximo de Julho de 2008, ter antecipado uma das fases de maior pânico bolsista de que há memória, a qual teve lugar entre Setembro e Novembro do ano passado.

Atingido o mínimo em finais do ano passado, o Cobre teve uma subida contínua desde essa altura, acelerada a partir de Março último. Só o facto de ter ultrapassado o retracement Fibo de 50% é extraordinariamente significativo. Mas parece certo que não ficará por aqui, estando a preparar o terreno para atingir os 62%, que também correspondem a uma muito importante resistência na zona de 300.

Se essa barreira for quebrada, isso pode querer dizer que a recuperação económica irá ser mais pujante do que se esperaria. Caso isso aconteça, e desde que os níveis a atingir sejam sustentados, teremos então uma forte esperança de que a crise poderá ser vencida em 2010.

quinta-feira, maio 28, 2009

Notas sobre o mercado - 1


Dois problemas que a economia dos EUA tem que continuar a digerir, com reflexos na actividade global: Mercado da habitação (ainda e sempre ele!) e Mercado das Treasuries (um problema novo, que vem crescendo).

No meio do optimismo generalizado (no longo prazo podemos estar todos bem, mas há quem pense que é já no Verão deste ano...), dados de Abril mostram que as casas para vender aumentaram 8,8%, quase atingindo os 4 milhões, e que 50% das vendas de Março foram realizadas em processos de hasta pública ou equiparados.

Entretanto, as Obrigações do Tesouro americano (Treasuries) não cessam de descer em todos os prazos, tendo iniciado um bear market em finais de Dezembro passado. Daqui resulta directamente um aumento continuado dos juros reais da economia, o que - para além de outros efeitos adversos - só vem dificultar e muito os já de si complicados esforços para a recuperação da economia.

sábado, abril 04, 2009

Ponto de Situação


Vários temas cruzados:

1. Mercado cambial muito arriscado mas sempre com boas oportunidades de entrada (não tenho tido o tempo mínimo que é indispensável). Para a semana vou seguir o AUD/USD e talvez entre longo.

2. Fala-se muito que já atingimos o fundo (nos mercados accionistas, na crise imobiliária, nas commodities, etc.). Aproximamo-nos, portanto do melhor dos mundos... Vamos ver se, então, não valerá este ano uma das máximas de Wall Street -"Sell in May and go away".

3. Coitado do Ouro! O FMI decidiu vender 403,3 toneladas das suas reservas de Ouro para investir nos mercados e reorganizar o seu balanço. Embora o dito Ouro só possa ser vendido após ratificação da maior parte dos parlamentos dos 185 Estados membros, o metal dourado e precioso já deu um imediato sinal de venda.

4. As políticas de quantitative easing (intervenção directa nos mercados) dos principais Bancos Centrais (o BCE ainda não aderiu a isso) parecem estar a dar frutos. Tecnicamente está-se a lançar inflação para o sistema e a puxar desalmadamente pela procura. Eu estou de acordo que agora é em muitos casos essencial, mas quando se quiser travar isso não se vai conseguir e os défices irão dar cabo de tudo durante largos anos. Talvez voltemos à época das grandes taxas de inflação. Espero estar enganado!

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