segunda-feira, agosto 07, 2006

Ficha da HECLA MINING

Clicar no gráfico para aumentar
Chart courtesy of
http://stockcharts.com

Hecla Mining (HL) é uma empresa centenária, cotada na NYSE há mais de 40 anos. É uma grande produtora de Ouro e Prata e tem minas nos EUA, México e Venezuela.

Apresenta uma boa situação financeira, com um passivo reduzido. No primeiro semestre de 2006, as receitas totalizaram 97,3 milhões de dólares, quase duplicando em relação a igual período do ano anterior. Teve um lucro líquido de 47,6 milhões ($.40/acção), enquanto nos primeiros seis meses de 2005 tinha registado um prejuízo de 9,5 milhões.

Embora se deva considerar um certo risco político para a parcela dos seus negócios relativos à Venezuela, pode afirmar-se que as suas propriedades mineiras localizadas neste país são de grande qualidade.

Agora que o nível de cotações dos metais preciosos permitem uma boa rentabilidade da HL, penso que as suas acções têm campo para subir. Depois de um máximo a 7.09, em Abril passado, seguido de uma correcção até aos 4.18, a empresa está a recuperar bem tendo fechado hoje nos 5.81, após
ter rompido há dias com determinação a resistência de 5.60.

domingo, agosto 06, 2006

O Bull do Ouro pode durar muitos anos

O Ouro é mais do que uma commodity pois tenderá cada vez mais a ser visto como uma reserva de valor que se pode assimilar a uma verdadeira moeda. Mas nestas coisas financeiras não podemos ser guiados por razões superficiais e de circunstância. Para que as nossas opiniões tenham uma base forte e convincente é preciso aprofundar as razões que lhe dão suporte.

É necessário referir que na evolução dos preços do Ouro se nota com grande intensidade a influência da especulação e da volatilidade. Os grandes interesses financeiros ligados ao Ouro têm tentado controlar de certa forma as cotações. A isso não será alheio a intenção de alguns países de diversificarem as suas reservas comprando Ouro e, talvez ainda mais importante, a estratégia de tentar equilibrar os grandes movimentos monetários internacionais, protegendo o USD de uma descida que parece ser, a prazo, inevitável.

Mas sente-se que a referida tentativa de controlar os níveis de preços do Ouro é cada vez mais uma tarefa votada ao fracasso, atendendo a que deverão entrar no mercado de forma crescente muitos investidores que ainda estão de fora ou que permanecem investidos noutros activos.

Falta agora explicar as razões que me levam a pensar desta forma e a considerar que o Ouro, adquirido sob as mais variadas formas, pode constituir um investimento de muitos anos, podendo até passar a ser um activo determinante da actividade económica e financeira global.

De uma forma muito sintética, eis porque estou optimista em relação à evolução da cotação do Ouro:

1. O Ouro é o destino natural de quem queira fugir dos riscos associados a fases complicadas dos mercados accionistas ou a expectativas de crises financeiras e de graves conflitos internacionais.

2. Toda a gente sente a força da inflação real (em oposição à oficial). A defesa contra taxas de juros reais negativas e a deterioração do valor do dinheiro apontam no sentido de investir a poupança em Ouro.

3. O aumento do crescimento mundial, centrado em grandes países em desenvolvimento acelerado - com a China e depois a Índia em posição destacada - trazem para o mercado a tradição do investimento individual em Ouro, com implicações incalculáveis no nível da procura deste metal precioso.

4. As descobertas de novas minas de Ouro são cada vez mais raras e desde há vários anos a produção anual tende a satisfazer com crescente dificuldade a procura, o que só pode originar a sustentação das subidas do preço do Ouro.

5. Ligado a este aspecto fundamental, estão os aspectos técnicos. Com efeito, a história do Ouro desde 2001, é feita através de uma sucessão de higher highs e de higher lows que não deixam dúvidas quanto à força do actual bull market.

A concretizar-se como espero o caminho ascendente do Ouro, uma coisa é absolutamente certa: a evolução do seu preço não será linear, antes sofrerá avanços e recuos, alguns de grande amplitude, acompanhada de fases de grande euforia e outras em que a dúvida se poderá instalar. É por isso que cada investidor deve gerir a sua exposição financeira de uma forma muito cuidada e activa, tentando tornar-se, tanto quanto possível, um especialista, para assim conseguir retirar os adequados proveitos das suas aplicações.

sexta-feira, agosto 04, 2006

O Castelo dos Sonhos


Osisko Exploration (OSK.V)

A Osisko Exploration é uma jovem empresa canadiana de exploração de Ouro, com uma equipa de gestão experiente que tem como objectivo desenvolver projectos com baixos custos de produção. Já adquiriu 100% da propriedade Canadian Malartic, uma mina de Ouro com grandes potencialidades e boa localização, próximo de Montreal.

Também detém 70% da mina de Ouro Castelo dos Sonhos, localizada no centro do Brasil, uma vasta propriedade de 72.000 hectares com mais 13 blocos adjacentes, que está numa zona onde, desde os anos 50, já foram produzidos artesanalmente mais de 20 milhões de onças de Ouro.

Investir nesta empresa será sempre especulativo, mas constituirá certamente um excelente negócio no caso de ela vir a ser adquirida por uma grande empresa mineira. Mesmo que se mantenha autónoma o investimento pode valer a pena. Basta observar a cotação sempre em escada, subindo e depois consolidando. E isto tem vindo a acontecer desde Setembro de 2004 quando o seu preço era ainda de C$0.19 (hoje fechou a 5.10).


Clicar no gráfico para aumentar
Chart courtesy of http://stockcharts.com

Ficha da GOLD FIELDS

Clicar no gráfico para aumentar
Chart courtesy of http://stockcharts.com

A Gold Fields (GFI) é uma empresa mineira da África do Sul e a quarta maior produtora de Ouro do mundo.

Faz parte do índice HUI e possui minas na África do Sul, Austrália, Gana, Venezuela e projectos em desenvolvimento no Peru e Finlândia.

Tem uma estrutura forte e uma estratégia sustentada de aquisições para preservar e aumentar as vendas e assegurar o aumento da vida útil média das suas propriedades mineiras.

No fecho do exercício anual, que coincide com o final de Junho, a GFI apresentou um lucro líquido de 217 milhões de USD ($.42/acção), valor onze vezes superior ao do ano anterior, mas que ficou aquém das estimativas dos analistas.

A questão está em saber se alguns problemas operacionais que existiram no último ano se manterão ou se a empresa pode orientar a sua produção para bons teores de minério, com menores custos de extracção e recuperação. Neste último caso, tiraria partido das suas reais potencialidades, aproveitando os aumentos no preço do Ouro.

Olhando para as cotações no gráfico junto, constata-se que a GFI recuperou bastante bem dos mínimos de Junho embora tenha demonstrado grande volatilidade. Na actual fase ascendente dos preços do Ouro, a GFI tentava mesmo caminhar na direcção de novos máximos, só que o mercado está a sinalizar que não gostou dos resultados apresentados.

quinta-feira, agosto 03, 2006

Juros, volatilidade e expectativas


No discurso que fez a seguir à decisão de aumentar a taxa de juro de 2,75% para 3%, Trichet, presidente do Banco Central Europeu (BCE), informou que novas subidas dos juros poderão ser ainda necessárias.

Foi o quarto aumento dos juros directores em 8 meses e as afirmações do primeiro responsável do BCE foram muito claras, dando um sinal ainda mais forte do que o mercado esperaria em relação às expectativas futuras.

Na próxima 3ª feira é a vez da FED decidir sobre os juros. O relatório de amanhã sobre a criação de emprego nos EUA pode pesar bastante na decisão final.

No entanto e como se previa, depois de grande volatilidade intraday, no final da sessão o euro pouco se tinha valorizado em relação ao USD – corrigiu até aos 1.2813. Por sua vez, o Ouro recuperou durante a sessão e acabou por fechar nos 645.68 (desceu 0,95%). A Prata, confirmando a força demonstrada nos últimos dias, aguentou bem e fechou a 12.08, em ligeira perda de 0,63%.

Antes da decisão do BCE


Daqui a pouco será conhecida a decisão do BCE sobre um eventual novo aumento da taxa de juro na zona euro. O mercado já descontou uma subida de 0,25% e também já está a contar com uma indicação – expressa ou tácita - de que serão possíveis novas subidas até ao final do ano.

Se as coisas correrem desta forma, o euro não sofrerá grande impacto de subida, pois tudo já está descontado na taxa de câmbio do euro, especialmente no EUR/USD. Isto sem prejuízo de outros factores que não estamos agora a analisar.

Não admira portanto que toda a especulação se faça neste momento em relação a um cenário diferente, menos favorável ao euro. É por isso que vemos nas últimas horas movimentos erráticos no USD e o próprio Ouro a fraquejar. É a fase ruidosa e confusa em que se tenta antecipar a decisão.

Aguardemos que a poeira assente e que o mercado nos mostre o caminho a seguir.

O Ouro e a Prata

Cliicar no gráfico para aumentar
Chart courtesy of http://stockcharts.com

Esta 4ª feira foi um dia importante para o Ouro e especialmente para a Prata, que viram continuar as suas subidas. A Prata, que nos últimos tempos tem perdido terreno relativamente ao Ouro, conseguiu agora uma prestação mais autónoma com uma subida superior a 6% nas duas últimas sessões, bastante mais do que o Ouro conseguiu (2,2%).

Nesta fase, se o Ouro conseguir ultrapassar nos próximos dias os 676.41, pode ter o caminho aberto para novos máximos. Por seu lado, se a Prata se desembaraçar das resistências de 12.50 e 13.50, poderá ter também novos máximos à vista.


Clicar no gráfico para aumentar

Chart courtesy of http://stockcharts.com

quarta-feira, agosto 02, 2006

Casos interessantes a acompanhar

Western Goldfields (WGDF)

Como se sabe, poucas minas de Ouro têm sido descobertas nos últimos 5 anos. Mesmo algumas “novas” minas eram há muito conhecidas, mas tinham problemas legais ou ambientais entretanto em curso de resolução.

Naturalmente, em face da actual tendência de aumento da cotação do Ouro é muito provável que as maiores empresas do sector continuem a pretender adquirir empresas jovens com projectos de qualidade em desenvolvimento.

Um estudo recente identificou diversas empresas interessantes entre as quais a Western Goldfields, da Califórnia. O projecto desta empresa, na Mesquite Mine, pode ser uma excelente oportunidade.

No gráfico pode observar-se um movimento de preços bem sustentado acima da EMA50.


Clicar no gráfico para aumentar
Chart courtesy of http://stockcharts.com

terça-feira, agosto 01, 2006

Ficha da AGNICO EAGLE

Clicar no gráfico para aumentar
Chart courtesy of http://stockcharts.com

Criada en 1972, com a fusão da Agnico com Eagle Gold, a Agnico Eagle Mines (AEM) é actualmente uma empresa mineira de grande crescimento, explorando a maior mina de Ouro do Canadá (LaRonde) e tendo outros projectos em fase adiantada. A sua estratégia inclui joint ventures com pequenos produtores e aquisições de novas minas.

Depois de conhecidos os dados do 2º trimestre, o lucro líquido registado na primeira metade de 2006 foi de 74,3 milhões de dólares ($0.67 por acção), tendo triplicado relativamente a igual período do ano passado devido ao aumento da cotação do Ouro.

A AEM apresenta uma estrutura financeira muito forte e os novos projectos de aberturas de minas de Ouro no Canadá, México, Finlândia e EUA, estão em bom andamento e têm excelente potencial a prazo.

Conforme esperado, a sua cotação tem alavancado os preços do Ouro, tendo aumentado de 4.85, no final de 2000, até ao máximo de 41.70 (ver gráfico). Suportou muito bem a correcção do metal, pois embora tenha caído até 25.49 já recuperou com força até aos 36.97 de hoje, depois de ultrapassar a resistência na zona dos 35.

Se as cotações do Ouro continuarem com tendência fortemente positiva, a AEM é um investimento muito promissor.

O Ouro quer subir já?


Continua a observar-se uma grande volatilidade nos mercados e os investidores encontram as mais diversas razões para explicar a variação dos activos.

Pela lógica, dados dos EUA que tornam mais provável nova subida dos juros americanos, como os que foram hoje conhecidos, fariam o USD subir e o Ouro descer. Mas é o contrário que está a acontecer porque afinal não há verdadeiras novidades - a FED provavelmente fará como previsto a última subida de juros desta série na próxima 2ª feira e depois haverá uma pausa. E o BCE também poderá subir de novo os juros na UE. Daí a fraqueza do USD.

A subida do Ouro está a acontecer por arrastamento, aproveitando sem dúvida o sentimento bullish reinante neste metal precioso com base naquela procura potencial que a pouco e pouco vai entrando no mercado.

segunda-feira, julho 31, 2006

O rácio Ouro/Petróleo

Clicar no gráfico para aumentar
Chart courtesy of http://stockcharts.com

Desde 1970, o rácio Ouro/Petróleo (O/P) teve diversos máximos entre valores de 25 a 35 e só cinco mínimos abaixo de 10 (intervalo 6 a 9). Por outro lado, tem havido uma boa sustentação desse rácio no intervalo 10-20.

Embora não haja uma correlação consistente entre o Ouro e o petróleo, pode dizer-se que a China e outros países em grande crescimento (como a Índia e a Rússia), irão muito provavelmente diversificar as suas reservas adquirindo mais Ouro. É bom notar que só a China tem quase 1 trilião de dólares em moeda estrangeira, 70% da qual em USD, e só 1% em Ouro.

Por outro lado, graves acontecimentos geopolíticos que possam fazer subir a cotação do petróleo também costumam originar aumentos nos preços do Ouro.

Deste modo, acredito que o rácio O/P - actualmente com o valor de 8,57 - possa subir gradualmente, num horizonte de médio/longo prazo, até ficar de novo acima de 10.

domingo, julho 30, 2006

Um índice fundamental

Clicar no gráfico para aumentar
Chart courtesy of http://stockcharts.com

O índice que agrupa as melhores empresas do mundo que produzem Ouro (sem fazer hedging) é o HUI, que é composto por 15 títulos.

No âmbito do actual bull market, o Ouro subiu 149% desde Fevereiro de 2001 até agora. Por sua vez, desde o seu mínimo de Novembro de 2000 (tipicamente, em data anterior ao registado pelo próprio Ouro), o HUI cresceu uns espantosos 835%. Fica aqui bem patente a ideia já por mim expressa antes que as acções deste sector têm uma alavancagem acentuada variando com muito maior amplitude do que o Ouro.

As 2 maiores empresas que integram aquele índice são a Newmont Mining e a Gold Fields, para além de importantes outras tais como a Goldcorp, Agnico, Glamis e Coeur d´Alene (esta também uma grande produtora de Prata).


Uma breve referência ao aproveitamento dos aumentos de cotação do Ouro pelas boas empresas. Se estão a trabalhar muito acima do ponto crítico, aumentos de um dólar no preço do Ouro podem facilmente representar lucros adicionais de cerca de 80 cêntimos, depois de descontados os aumentos nos custos salariais e de energia. Esta é a verdadeira razão da extrema sensibilidade (positiva, neste caso) dos lucros destas empresas em face das variações do preço do metal e que se reflecte naturalmente nas respectivas cotações.

sexta-feira, julho 28, 2006

O diário do Ouro

Clicar no gráfico para aumentar
Chart courtesy of http://stockcharts.com

Nos últimos dias e numa análise de muito curto prazo ao Ouro, assumiram particular relevância determinados níveis de preços – as chamadas linhas de break, que dão lugar a breakouts ou breakdowns. A negociação centrou-se nesses valores durante grande parte dos últimos dois dias. Aconteceu isso aos 630/1 que, na 5ª e início de 6ª feira, serviram primeiro de resistência e depois de suporte e que obrigaram a estreitar muito o intervalo de negociação durante toda a madrugada. Até que finalmente se deu o breakdown que chegou a tocar os 626, minutos antes do anúncio dos dados do PIB dos EUA para o 2º trimestre (2,5%, abaixo dos esperados 3%).

Com essa notícia, assistiu-se à descida rápida do USD (devido à maior probabilidade de pausa nos aumentos de juros) e ao disparar do Ouro que subiu até aos 638 (só com uma pequena luta na linha de breakout dos 631). Depois, recuou logo para se fixar noutra linha de break – os 633, que ontem também teve papel importante.

Em resumo, primeiro indecisão, depois queda, a seguir reacção favorável aos dados do PIB e, no final, pequena correcção com os preços a fecharem a níveis pouco superiores aos da abertura.

O gráfico anexo do GLD também reflecte a situação acima descrita.

quinta-feira, julho 27, 2006

Acompanhando o ETF do Ouro

Clicar no gráfico para aumentar
Chart courtesy of http://stockcharts.com

Hoje vou falar da cotação do Exchange Traded Fund (ETF) do Ouro, que replica a variação da cotação deste e que se transacciona como se fosse uma acção. O seu ticker é GLD e o fundo tem o nome de Streettracks Gold Trust Shares.

Adquirir acções deste ETF é uma forma de qualquer investidor deter Ouro físico e cada título – com o valor aproximado de um décimo de uma onça de Ouro, representa uma fracção do activo total do fundo.

Enquanto o Ouro teve nova arrancada até 640 recuando depois para a zona dos 633 (subindo em relação a ontem), o GLD fez o mesmo, fechando a 62.90, com valorização de 1,45% e ultrapassando decididamente a EMA50.

Vamos ver de que forma é que a evolução do USD e do conflito no Médio Oriente influenciam a cotação do Ouro para os próximos dias.

O investidor e a volatilidade do Ouro


As movimentações do Ouro, tal como as observamos nos últimos dias, são um bom exemplo do que há a esperar da negociação deste activo difícil e perigoso, se não se tiverem os cuidados indispensáveis.

Em primeiro lugar, para transaccionar o Ouro no curto prazo seja em futuros, spot (XAU/USD) ou em opções é indispensável ser um especialista ou, pelo menos, ter a experiência necessária para saber aproveitar a sua volatilidade e constante variação de preços. E, principalmente, para não ser permanentemente esmagado pelo mercado.

Actualmente, o Ouro está numa tendência de subida de longo prazo, com um bull market que vem desde 2001. No entanto, o Ouro é um activo que dentro da tendência primária regista inversões constantes e por vezes profundas.

É assim mais fácil e cauteloso ser um investidor de médio ou longo prazo, para comprar e manter ou, de forma mais adequada, aproveitando a movimentação de preços para vender uma reduzida parte da posição em mercados sobrecomprados e adquirindo parcelas adicionais quando os indicadores indicam uma situação de sobrevenda.

Claro que, acreditando como eu na continuação por mais alguns anos deste bull market, a maior segurança é dada pela detenção de moedas ou barras de Ouro. A subscrição de fundos como os ETF´s, que replicam a variação das suas cotações também é uma boa alternativa. E, claro, existem também as acções das empresas do Ouro que têm outras condicionantes, pois de uma forma geral, estão ainda mais sujeitas a variações do que o próprio Ouro. Mas sou de opinião que as acções de boas empresas do sector do Ouro, são muito adequadas para fazerem parte do portfólio equilibrado de qualquer investidor.

quarta-feira, julho 26, 2006

A excessiva influência de Bernanke


Clicar no gráfico para aumentar
Chart courtesy of http://stockcharts.com


Bastou que durante o dia de hoje, Ben Bernanke afirmasse que o crescimento económico americano abrandou de Junho até ao meio de Julho, para de imediato o euro ganhar 1% ao dólar e para o Ouro - que preparava a descida - travar e subir em flecha dos 612.4 até aos 627.3. Embora há poucos minutos já tivesse recuado de novo para a casa dos 621...

E o que Bernanke disse não é novo, ele já o tinha referido em 19 de Julho. Talvez agora todos estejam convencidos que a FED vai mesmo fazer uma pausa na subida dos juros, depois de uma provável subida de 5,25% para 5,5% em Agosto. Nada que não estivesse já no horizonte como uma quase certeza.

Ora isto de uma economia tão poderosa como é a americana estar suspensa de um notícia relativa a umas décimas a mais ou a menos nalgumas estatísticas é, indubitavelmente, um facto ridículo. Se posso pôr a questão assim, nota-se que os investidores andam com medo da sua própria sombra, qualquer pequeno facto positivo ou negativo muda logo os mercados, para no dia seguinte voltar tudo à primeira forma.

Existem muitos temores dentro da cabeça dos traders e se chegar a altura de acontecer realmente algo de muito grave, a nível internacional, que possa efectivamente ter um muito maior impacto na actividade económica e nos mercados, então não sei o que poderá acontecer.

Uma subida em tom de fraqueza


Depois das descidas dos últimos dias, o Ouro aguentou-se hoje. Como já referi, eu sou de opinião que estaremos na fase final da correcção que poderá levar ainda a um teste do mínimo de 540. Como estas coisas levam o seu tempo, só penso ver o Ouro em forma lá mais para o final do verão para, de modo consistente e com o vagar necessário, iniciar os passos firmes de uma subida que é provável.

No entanto, deveremos estar sempre preparados para a volatilidade, pois com este nosso mundo actual, o Ouro dá sempre sinais emotivos e às vezes inesperados, o que nunca nos deixa descansar no curto prazo.

É por essa razão que é muito mais fácil ser um investidor de médio/longo prazo.

segunda-feira, julho 24, 2006

Ficha da GOLDCORP



Clicar no gráfico para aumentar
Chart courtesy of http://stockcharts.com

A Goldcorp (GG) é uma empresa com explorações mineiras nos EUA, Canadá, México, América do Sul e Austrália. É uma das mais importantes produtoras de Ouro a nível mundial e tem sido bastante beneficiada pela subida do metal. Efectivamente, só nos últimos 14 meses, a sua cotação subiu espectacularmente de 11.92 até 41.60 (em meados de Março), corrigindo depois com bastante intensidade até à zona dos 24, de forte suporte.

Hoje, depois de tocar na EMA 200, a cotação subiu 2,4% para 27.48, talvez ajudada pela excelente performance das bolsas americanas. No entanto, é possível que este título ainda possa corrigir mais um pouco no futuro próximo, no âmbito de uma necessária consolidação de cotações que subiram demasiado depressa nos primeiros meses deste ano.

A GG teve muito bons resultados no primeiro trimestre de 2006, com vendas de 286,3 milhões de dólares e um lucro líquido de 92,4 milhões. A sua estrutura de custos é bastante favorável, estando em excelentes condições de aproveitar da melhor maneira potenciais aumentos a médio prazo na cotação do Ouro.

Os dados sobre o 2º trimestre serão conhecidos a 10 de Agosto.

domingo, julho 23, 2006

Outro ângulo de análise


Desde há bastante tempo que olho para os dados do COT (Commitments of Traders), mas agora dei-me ao trabalho de fazer uma investigação mais aprofundada. Se nos habituarmos a analisar com a devida atenção a evolução dos números semanais das posições short e longa do Ouro, ficaremos a ver o mercado com outra segurança. É que a evolução das cotações do Ouro tem estado sempre em estreita ligação com as alterações das posições dos profissionais do sector (os “Commercials”).

Estes profissionais do Ouro (a que chamarei Comerciais), ou seja, os que normalmente abrem posições ligadas ao seu negócio de produção (empresas mineiras, por exemplo) ou de compra e utilização do Ouro (as fábricas de transformação e utilização do metal). Normalmente, os Comerciais detêm bem mais de 50% do Open Interest total, mas a sua verdadeira importância advém de comandarem indiscutivelmente o mercado e serem as entidades que mais sabem sobre o activo. Em relação aos outros intervenientes, as posições dos grandes investidores/especuladores (na maioria dos casos, grandes fundos) são sempre enganadoras, pois, por norma, estão excessivamente longos nos picos e escassamente longos nos bottoms. Os pequenos investidores/especuladores têm também uma posição que tenta ser seguidora, mas que é errática e demasiado atrasada.

No entanto, a evolução da posição conjunta de todos os intervenientes, dada pelo Open Interest, é muito importante.

É ainda fundamental referir que é normal que os Comerciais tenham uma posição líquida vendedora, pois a influência dos produtores é enorme. De uma maneira simplificada, poderemos dizer que quem possuir um activo – neste caso, o Ouro – pode ter uma política de vender para proteger uma posição longa que é, nem mais nem menos, a detenção do bem que produziu. Ou então vende para fixar o seu preço de venda desse bem. É exactamente para essa função que começaram a existir os mercados de futuros e opções.

Actualmente, o que é que eu concluo dos números do COT para o Ouro? Como o metal tem estado a corrigir (embora pelo meio tenha realizado um bom rally), aconteceu o que é normal nestas ocasiões: uma diminuição progressiva do número de posições short, com uma pequeno aumento que rapidamente se extinguiu (termo do rally) e a manutenção, com pequenos desvios, do número de posições longas por parte dos Comerciais. Quando chegarmos próximo de um bottom, antes de nova possível arrancada, costuma assistir-se rapidamente a um aumento das compras dos Comerciais e só quando as subidas recomeçam a valer é que se inicia o aumento crescente das posições curtas.

Ora o mercado do Ouro parece estar numa fase de espera pois, a posição dos Comerciais
e do Open Interest está a manter-se em níveis baixos. Nos últimos meses, até ao pico dos 730, aconteceu uma coisa relativamente rara: os comerciais aumentaram a posição longa durante uma uptrend quase vertical. Ora isto foi extemamente bullish mas estranhei vê-los aumentar aquela posição até ao topo (foi o que fizeram, dentro do que é normal, nos curtos - aumentaram sempre até ao cimo).

Fico com a ideia que o topo de Maio foi um exagero que não estava completamente nas previsões dos Comerciais (pela sua rapidez e intensidade) e que nem foi devidamente aproveitado por eles. Parece haver aqui um sinal de que eles estão à espera que a cotação do Ouro caia ainda mais, para então comprarem a sério…

sexta-feira, julho 21, 2006

Acreditar nos indicadores

Clicar no gráfico para aumentar

Chart courtesy of http://stockcharts.com

A semana acabou a descer, não só no Ouro mas também nos principais índices accionistas. O Ouro a 620 (valor de fecho) parece estar num patamar destinado a novas descidas para os próximos dias.
Negociar o Ouro pode tornar-se muito complicado para quem não tiver a experiência necessária. Para quem adopta uma estratégia de médio/longo prazo tudo se torna um pouco mais fácil. No entanto, o ideal será fazer trading naquelas situações em que os indicadores da nossa confiança nos dêem sinais de sobrecompra ou sobrevenda.

Assim, sem ter o objectivo de pretender caçar máximos e mínimos, o que é uma tarefa vã, consegue-se ir comprando nas alturas de fraqueza e vendendo alguma coisa nas fases de força.Vejam, por exemplo, as boas pistas fornecidas pelo MACD, RSI e ROC no gráfico anexo.

O “Big Picture”


clicar no gráfico para aumentar

É de grande interesse ver o “Big Picture” através do índice S&P500, que se pode chamar com propriedade o mais importante referencial do mundo financeiro. Penso que este gráfico diz tudo.

quinta-feira, julho 20, 2006

Uma questão de feeling

Clicar no gráfico para aumentar

"Chart courtesy of http://stockcharts.com"


Os mercados estão preocupados e qualquer coisa lhes serve de pretexto. Ou são os receios da inflação ou a ameaça de um menor crescimento da economia. Quando é a palavra medo que guia o caminho, qualquer grande empresa norte americana que tenha resultados aquém do esperado constitui um drama logo reflectido nas cotações. E depois há o aumento do petróleo - especialmente nesta época do verão, existem todos aqueles problemas geopolíticos, etc. etc.

Claro que é tudo uma questão de perspectiva e se, pelo contrário, é o optimismo o guia das emoções então tudo se vê cor-de-rosa e o que eu disse atrás não conta e passa de imediato a ser visto de forma positiva, acreditando-se que as taxas de juro vão parar de subir, que a economia se vai aguentar e que os lucros das empresas têm condições de aumentar. Sim, porque estamos sempre a falar de futuro, de uma coisa que ainda não aconteceu e sobre a qual podemos escolher entre ser optimistas ou pessimistas. São assim os mercados e é nesta base que se formam as cotações.

O ouro está a seguir esta dualidade de percepções. Tem dias…

O gráfico vem a propósito nesta altura. É só uma pequena nota, pois teremos tempo de analisar muito mais coisas na devida altura.

Vemos que este ano o nosso Ouro já fez uma boa escalada desde a zona dos 520, mas todas as subidas (ou descidas) muito rápidas têm tido sempre correcções adequadas e apressadas. Agora parece que vamos para baixo. Será mesmo?

quarta-feira, julho 19, 2006

Mercados nervosos

Ben Bernanke, Presidente da Reserva Federal norte americana (FED), num discurso de há poucas horas, falou de um arrefecimento da economia e de uma possível moderação da inflação nos EUA, tornando menos provável um aumento da taxa de juro no princípio de Agosto.

O actual grande nervosismo dos mercados levou logo todos os índices de acções a disparar, o USD a descer contra o euro de 1,2460 para cerca de 1,26 e o Ouro a subir em conformidade de 617 para 644 (!).


Aquele último valor do Ouro é um nível chave, que agora está a tentar ser uma resistência. Mas vamos aguardar pela próxima surpresa, pois devemos estar sempre prevenidos!

O Ouro não sobe até ao céu

A economia chinesa continua a subir a um ritmo avassalador: pelos dados agora conhecidos, no 2º. trimestre deste ano o PIB chinês cresceu 11,3%.

Por outro lado, prossegue a tendência para o aumento sincronizado das taxas de juro nas principais economias mundiais.

Devido ao rápido desenvolvimento da crise no Médio Oriente, o Ouro e o petróleo atingiram níveis record entre 6ª. e 2ª. feira de manhã. E como acontece frequentemente, em vez de as cotações de ambos os activos dispararem de forma sustentada, houve antes uma forte correcção até ao fim da sessão de terça-feira. A conclusão a retirar é simples: por agora, o conflito já está descontado nos mercados e os investidores apressaram-se a fechar posições e a recolher os lucros resultantes das fortes subidas dos últimos tempos.

Com o dólar americano (USD) numa tendência de subida, numa altura em que as tensões inflacionistas poderão prolongar o ciclo de aumentos da taxa de juro pela Reserva Federal (FED), o Ouro teve uma razão acrescida para cair no curto prazo.

Em meados de Maio, o Ouro atingiu um valor máximo de 730, tendo corrigido a partir daí. O bull market que vem desde 2001 não está obviamente em causa, mas parece-me que estamos agora na última onda desta correcção do tipo A-B-C. Primeiro desceu, depois recuperou e, finalmente, vai descer de novo até um suporte final.

Mas será exactamente assim? É o que veremos nos próximos tempos, dando sempre algum espaço para que os movimentos de preços permitam ver mais claro.

Os Objectivos deste Blog

O Ouro é uma daquelas realidades sólidas cuja origem se perde nos ventos da História. Simultaneamente uma quimera e uma realidade, um adereço e um investimento é, antes de mais, uma esperançosa fonte de lucros para quem nele invista.

Abordarei a problemática dos investimentos no Ouro através de uma linguagem simples, tentando motivar o interesse mesmo de quem não tem formação financeira. Desenvolverei as minhas ideias com base numa análise fundamental e técnica, não deixando de comentar opiniões, notícias, dados, histórias, perspectivas e teorias relacionados com este metal precioso e com tudo o que gira à sua volta.

O Ouro, que merece respeito pela sua tradição milenar e pelo papel que certamente desempenhará na economia do futuro, constitui um elucidativo indicador global, já que os níveis de procura e oferta - e a consequente formação de preços, estão dependentes de factores económicos e sociais que têm a ver com a vida de todos nós.

Há quem afirme que o Ouro é o grande investimento desta e da próxima década, devido principalmente à sua potencialidade de ser uma moeda real, a nível universal, numa fase em que a economia mundial – embora em contínuo crescimento - está sujeita a riscos extraordinários.

Esse valor de refúgio, com a característica dominante de constituir um activo que vale por si próprio, explica o nível da sua procura e a importância que está de novo a assumir na actualidade.

Deste modo, não se pode analisar o Ouro sem avaliar o mundo em que vivemos e sem o comparar com aqueles activos e factores que mais se correlacionam com ele, de forma positiva ou negativa, tais como o petróleo e algumas outras commodities (como a Prata), as principais moedas (nomeadamente o dólar americano), as taxas de juro, as acções do sector e os principais índices mundiais do mercado de capitais.

Assim, o propósito principal deste Blog é o de dizer tudo o que há a dizer sobre o Ouro e o contexto financeiro, económico, social e político em que ele se insere. Sem pressas e de uma forma gradual e interligada.

E desejavelmente com elevada participação dos futuros leitores.

Vamos começar!


Powered By Blogger